Debate jornalístico
Uma discussão sobre ética jornalística tomou conta da profissão nos últimos dias aqui na Espanha. Um correspondente do jornal britânico The Times em Madrid conseguiu fazer uma entrevista e fotografar Iñaki De Juana Chaos, um membro do ETA que está em greve de fome há três meses e está internado num hospital penitenciário. O cara matou 25 pessoas e já cumpriu pena por isso, agora está preso por fazer ameaças terroristas em dois artigos. A greve de fome é porque ele acha que não deveria estar preso pelos artigos que escreveu, alega que isso é contra a liberdade de expressão. E o governo, por sua vez, não quer liberar o etarra. A questão é, no mínimo, delicada. Prender alguém por escrever alguns artigos soa como algo da época da ditadura, mas se tratando de um terrorista talvez a decisão de prender ou soltar não seja tão simples. Bom, contada a história do homem, o bafafá que se criou no meio jornalístico é se vale tudo no jornalismo, até dar espaço na mídia para um assassino terrorista expor seus argumentos. A matéria do The Times, até onde sei, se referia ao terrorista como um preso atado a uma cama que suplica por paz. Paz? E que paz ele traz a sociedade quando está solto? Por mais que se questione sua prisão, o que talvez seja até legítimo, transformar um membro do ETA em mártir parece um pouco demais para mim.
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