sábado, março 31, 2007

Bairro novo, vida nova

O dia foi de mudança. Alugamos um quarto maior, para dois, e trouxemos hoje as coisas. Como temos muitos pertences – é impressionante como se junta coisa -, fizemos três viagens. Preferimos assim. Vai e volta três vezes, mas com malas leves. Deu tudo certo. Chegamos e estamos bem acomodados no novo apê. Os caras que moram aqui, dois meninos do País Vasco, parecem ser gente boa. Ah, e agora temos internet full time, o que significa que tenho a obrigação de atualizar o blog com mais freqüência. O apê é uma cobertura (que chique, não?) com direito a um terraço enorme que tem vista para o Montjuic, um parque bem grande aqui de Barcelona. Estamos perto também das piscinas olímpicas, quem sabe não nos entusiasmamos a nadar. Além do bairro novo, também será novidade morar junto com o Marcio. Vamos ver se ele me agüenta.

sexta-feira, março 30, 2007

Vício do momento

Leite condensado, muito leite condensado. Não consigo parar de comer essa tranqueira!!

terça-feira, março 27, 2007

É proibido fumar

Muitas coisas aqui são diferentes e a lei anti-tabaco é uma delas. Demarcar áreas para os fumantes em restaurantes eu já tinha visto, mas em bares e danceterias ainda parece estranho para mim. Outro dia fomos numa discoteca e não era permitido fumar na pista de dança. Quem quisesse fumar tinha que ir a uma salinha com sofás. Volta e meia umas amigas pegavam suas bolsas e iam até a área demarcada para os fumantes. Ontem aconteceu o mesmo. Estávamos numa casa de show – fomos ver o LCD Soundsystem, muito bom, aliás! – e a menina que estava do nosso lado acendeu um cigarro. Lá veio o segurança.

- Moça, não se pode fumar aqui.
- Ah, não? E tem algum lugar onde eu possa fumar?
- Só no terraço, lá em cima.

O bom dessa lei é que a gente não chega em casa fedendo a cigarro depois de uma balada, mas para quem fuma deve ser bem chato.

segunda-feira, março 26, 2007

Novo hobby

Marcio e eu temos um novo hobby: andar de patins. Já estávamos pensando em comprar os patins há um tempo, porque Barcelona tem espaços ótimos para andar com as rodinhas nos pés. Então, aproveitei o aniversário dele ontem e dei um para ele e outro para mim. Hoje fomos estrear os brinquedos novos. Foi divertido. Eu não andava de patins desde os 12, eu acho, e como nunca fui um ás no assunto demorei para embalar, mas até que peguei o jeito de andar devagar. O Marcio não andava desde os 15 anos, mais ou menos, só que a diferença é que ele já andava muito bem antes e pegou o jeito em cinco minutos. Enquanto eu estava morrendo de medo de descer uma rampa, lá foi ele se divertir. Desceu várias, só que na última, ploft. Tinha uma valeta bem no meio do caminho e ele rolou ladeira abaixo. Eu não vi, mas ele disse que foi um tombo cinematográfico. Não se preocupem, ele está bem, com algumas dores aqui e outras ali, mas está bem. Como ele mesmo disse: “o corpo de 32 já não aceita tão bem os tombos como um de 15”. Novas aventuras com os patins estarão por aqui em breve, podem esperar.

terça-feira, março 20, 2007

Muito tempo livre

Sempre reclamamos da falta de tempo para fazer as coisas. O trabalho, na maioria das vezes, consome quase todo o nosso dia e não são raros os momentos em que deixamos de lado aquela ligação para um amigo, que continuará pendente, uma conversa mais longa com a família ou um simples passeio a dois. Agora, estou vivendo justamente o contrário. O que fazer com tanto tempo livre? O curso terminou (e valeu a pena ter estudado em Madrid), o trabalho final está entregue (à espera de uma nota) e agora estou aqui em Barcelona. O Marcio está comigo, o que é sensacional, acabaram as indas e vindas, mas ele, ao contrário de mim, está super ocupado com os trabalhos do curso e não posso exigir atenção integral. Também não posso procurar um trabalho com muita vontade, porque vamos viajar durante uma semana no começo de abril, ou seja, daqui a duas semanas, e seria muita cara de pau pedir uma semana de folga logo no começo. Se vejo anúncios de trabalhos legais, me inscrevo, mas nada com muito afinco por enquanto. O tempo também não está ajudando, esfriou de novo. Eu já estava pensando em correr na praia e me enturmar com a galera do vôlei de praia para gastar mais algumas horas, mas ainda não tive coragem de enfrentar o vendaval e comer areia na orla. Então, definitivamente, estou com muito tempo livre. Quem sabe não encontro uns bicos para fazer nessas duas semanas. Já descobri onde tem uma biblioteca perto de casa e é provável que parte do meu tempo seja gasta lendo livros e vendo filmes. Até que não é má idéia. Também estou tendo umas idéias para começar um livro, uma história de ficção, nada muito profundo até agora, mas quem sabe não sai um romance de tanta ociosidade? Quando estava a mil, antes de vir para cá, reclamava da falta de tempo livre. Agora, tenho que conseguir aproveitar essa maré.

Mala gorda dá nisso

Meu último dia em Madrid foi tranqüilo. A mudança não foi tão traumática. O Marcio já tinha levado uma mochilona cheia e eu fiquei só com uma mala para levar, gigante, é verdade, mas era uma só. Ah, e tinha também o edredon, que como qualquer edredon é muito volumoso. Bom, decidi pegar um táxi até a rodoviária, porque não agüentaria descer e subir as escadas do metrô com aquela mala gigante. No dia anterior à mudança liguei e agendei um táxi para as nove da manhã. O ônibus saía às dez e dava tempo tranqüilamente de chegar na rodoviária. Cinco minutos antes das nove chega o táxi.

- Bom dia. Nossa, por que uma mala tão gorda?
- É que estou de mudança.
- Moça, sinto muito, mas a mala não cabe no porta-malas.
- Moço, você não pode colocá-la no banco de trás do carro?
- Não, porque o banco é de couro e pode rasgar e aí o estrago vai ser muito grande.
- Ok. O que fazemos então?

O motorista, muito solícito, ligou para a central e pediu um carro com um porta-malas maior.
- Em cinco minutos seu táxi estará aqui. Sinto muito. – E foi-se embora.

Fiquei esperando. Cinco minutos depois que o táxi me deixou ali sozinha, parada na calçada, recebo uma mensagem no meu celular – “por falta de carros na região o serviço foi cancelado”. Hein? Como uma rede de rádio-táxi pode simplesmente cancelar o serviço e me deixar na mão? Não satisfeita com a mensagem fria recebida em meu telefone móvel liguei para a central.

- Quero um táxi grande, porque estou com uma mala grande na rua x.
- Senhora, o serviço vai demorar entre 20 e 25 minutos porque há poucos carros desse tipo. Além disso, ele cobra a corrida desde onde ele sai até deixar a senhora.

Se ele demorasse 20 minutos eu chegaria muito tarde na rodoviária.
- Ok, obrigada. Tentarei pegar um táxi na rua.

Lá fui eu tentar subir a minha rua até a avenida, onde tinha um ponto de táxi. Fracasso total, porque a mala estava muito pesada e, apesar de ter rodinhas, minha força não foi suficiente. Abandonei a idéia de peregrinar atrás de um táxi e liguei de novo para a central. Simplesmente relaxei. Se eu perdesse o ônibus das dez horas pegaria o das dez e meia, bastaria trocar a passagem.

- Rádio-táxi bom dia.
- Bom dia. Por favor um táxi com porta-malas grande na rua x.
- Ok. A senhora já pediu esse serviço?
- Não. Liguei antes, mas não solicitei o táxi.
- Em dez minutos o carro estará aí.
- Como em dez minutos? Há cinco tinham me dito que demoraria 25 minutos! (não falei, só pensei. Tive vontade de gritar muito no ouvido dela, mas eu ainda dependia do táxi, então...)
- Ok. Obrigada.

Em menos de cinco minutos chegou o táxi, com um maleteiro gigante. O motorista, muito educado, levantou minha mala, pôs no porta-malas e lá fomos nós. Cheguei na rodoviária nove e meia, com tempo de sobra para pegar o ônibus. Ainda agora estou me perguntando por que coño aquela empresa me mandou uma mensagem cancelando o serviço se em dez minutos o táxi chegaria. Vai entender.

terça-feira, março 13, 2007

Brasil: Arábia Saudita do futuro?

Saiu uma reportagem num jornal espanhol, o La Vanguardia, também publicada pelo UOL, dizendo que o Brasil será a Arábia Saudita do futuro. O que levou ao comentário é o fato de que seremos, num futuro não muito distante, os maiores produtores do mundo de biodiesel e etanol, os combustíveis do momento. Aqui, muito se fala da visita do Bush à América Latina e ao Brasil, em especial. Outro dia, na aula, discutindo um pouco de economia, um professor comentou que era um pouco cético em relação ao Brasil, porque já se diz há muito tempo que o Brasil será o país do futuro e, até agora, tal futuro não chegou. Meu colegas diziam, se defende. O que eu ia dizer? Apenas que concordava, que desde pequena escuto esse papo de que o Brasil é o país do futuro, mas que o futuro nunca chega. A questão é: será que com os biocombustíveis seremos o tão falado país do futuro? Talvez sim, talvez não. O que não sei é se isso é positivo. Se for para virarmos um Oriente Médio da vida, com tantas guerras que no fundo têm como objetivo os poços de petróleo que existem por ali, acho que não seria uma boa. Mas a verdade é que não tem como saber o que acontecerá. Só o tempo dirá se seremos, finalmente, o país do futuro.

Abaixo, uma foto que nada tem a ver com o que escrevi acima, mas é tão bonita que acho que vale a pena colocá-la aqui. É do pôr-do-sol no Parque do Retiro, em Madrid. Foi tirada pelo Marcio.


quarta-feira, março 07, 2007

Corrida de luminárias

Me digam se isso pode ser um curso sério. Como exercício da faculdade, o Marcio fez uma corrida de luminárias, animada com Maya. Achei muuuuuuuuuuito legal e resolvi colocar aqui.

terça-feira, março 06, 2007

Praia de nudismo

O fim de semana foi de primavera em Barcelona. Muito sol e um pouco de calor - chegou a uns 22 graus. Com clima tão agradável, fomos passear pela praia no domingo. Andamos desde a praia que está perto da casa do Marcio, a do Fórum, até a última praia da cidade, San Sebastiá. Foi muito legal, porque nunca tínhamos passado a pé por toda a orla. Para nossa surpresa, descobrimos uma praia de nudismo bem no centro da cidade. Foi engraçado. Estávamos caminhando e o Marcio falou: "Dri, parece que aquele casal está pelado". Eu olhei e falei: "É. E aquele outro também. E aquele, e aquele..." He. He. Quando vimos, a praia inteira estava pelada. O mais engraçado era um cara de bota e pelado. Ha.Ha.Ha. Hilário. E a praia não está nadica afastada. Todo mundo que anda pelo calçadão vê o povo lá, bem à vontade. Viva a liberdade de expressao! Nas outras praias, todo mundo estava devidamente vestido. Alguns, mais acalorados, provavelmente alemães, noruegueses ou russos, vestiam sungas e biquinis. Ah, é claro que a parte de cima do biquini é completamente opcional por aqui. O topless está super na moda, como já tinham dito pra gente. Outras pessoas, como nós, para quem ainda falta subir um pouco a temperatura para tirar as roupas de praia da mala, estavam de roupa na praia. Aqui é muito comum e nós aderimos à moda. Fizemos uns sanduíches, compramos uma cervejinha, levamos o iPod e o baralho e lá fomos nós. Estendemos um lençol na areia - sim, eu esqueci de trazer as minhas cangas para cá :-( - e ficamos boa parte da tarde ali, conversando, comendo, olhando o mar, as pessoas... estava muito legal. Deu até para queimar um pouco o rosto. Minha cara já nao está mais transparente, agora tem alguma cor...