sábado, dezembro 23, 2006

Natal com neve no busunga

Por Marcio
Para não terminar o ano sem contribuir com o blog da Dri, cá estou eu, de livre e expontânea vontade, escrevendo um post sobre minha última viagem de busunga de Barcelona para Madrid. Foi na madrugada de sexta (22) para sábado (23), quase Natal! Estava eu dormindo (quase) profundamente, super confortável naquela gigantesca poltrona do ônibus, quando percebi que estava chovendo. Mas, ao olhar atentamente para a janela do busunga, percebi que a água fazia pelotes no vidro. Ou seja, não era chuva. Era neve! Nevou metade do caminho, desde Zaragoza até quase chegar em Madrid.

Observação da Dri: Quando o ônibus parou no posto, para que os passageiros pudessem ir ao banheiro e comer, nevava, mas o Marcio ficou vendo a neve como se aquilo fosse a coisa mais comum pra ele. Não tirou nenhuma foto!! Nenhuma!! Afinal, vemos neve caindo todo dia.

Toledo

Hoje, 23 de dezembro, fomos a Toledo, cidade histórica próxima a Madrid que foi capital do Império. Pegamos um trem (foi a primeira vez que andei num trem!) e chegamos lá em 20 minutos. 90 quilômetros em 20 minutos! Sensacional. Vai muito rápido e você nem sente. A cidade é realmente muito bonita. Vimos ruas, casas, igrejas, tudo muito antigo. Ficamos lá de 11h30 até umas 18h. O Paulo, meu cunhado, comprou uma espada da Excalibur. Muito legal. Toledo também é famosa pelas espadas e armaduras medievais que produz. Tem uma fábrica, inclusive, que é a que produz as espadas de vários filmes americanos, como Gladiador, Alexandre, o Grande, Senhor dos Anéis e vários outros. Valeu a pena!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Parte da família reunida na Espanha

Ontem, dia 21, a Vanessa e o Paulo chegaram em Madrid. Nossa, fiquei muito feliz de revê-los. Rolou até lágrima no aeroporto. Tudo começou já de madrugada. Era umas duas horas da manhã quando meu telefone tocou. Eu tinha ido dormir fazia uns 45 minutos, então acordei muito zonza, não entendia nada do que a Vá falava no telefone. Demorei alguns minutos para sintonizar, mas consegui entender que o que ela queria era dizer que seu vôo atrasaria uma hora. Bom, uma hora a mais de sono. Cheguei no aeroporto às 11h15 da manhã, mas o vôo dos dois só chegou 12h10. Eles só desembarcaram mesmo às 13h. Bom, fomos voando para o hostal, porque eu tinha que entrar no trabalho às 14h – para não fazer nada, diga-se de passagem. Às 17h30, depois de uma tarde inteira de marasmo, meu chefe me liberou e fui encontrar os dois. Passeamos pelo centro de Madrid, jantamos e comemos um churros. Depois voltei pra casa. Hoje não trabalho e vamos andar mais por aí. Marcio, tá faltando você!

terça-feira, dezembro 19, 2006

Documentada

Já tenho meu documento oficial de residência na Espanha. Peguei ontem a minha tarjeta de extranjero, que me permite ficar aqui até 30 de setembro do ano que vem. Tenho mesmo uma data limite para voltar para o Brasil, mas acho que volto um pouco antes. Os planos são de marcar a passagem para o dia 15 de setembro, mais ou menos. Para retirar o documento tive que pegar uma fila de duas horas e ainda ver chuva de combustível. Explico. Enquanto eu estava na fila, um caminhão de combustível para calefação chegou para abastecer com gasoleo o prédio público onde eu tinha que ir. E de fato começou o abastecimento. Depois de uns 20 ou 30 minutos que ele já estava ali, começou a cair muito combustível da lateral do prédio. Jorrou como um chuveiro mesmo e caiu em cima de duas pessoas que estavam um pouco à minha frente. Molhou o casaco, a cabeça e até entrou no olho do cara. Coitados. O cheiro ficou insuportável e a calçada banhada de combustível, o que parece ser perigoso, pois alguém podia passar fumando, o que aconteceu. Foi engraçado. Quando uma pessoa que estava passando pela rua apareceu ali com um cigarro todo mundo começou a gritar. Foi cômico. A polícia, em vez de organizar a fila em outro lugar, por causa do cheiro e do suposto perigo, ou de tomar uma providência para limpar aquilo, não fazia nada. Imaginem como aquele monte de estrangeiros que já estava há horas na fila, de saco cheio, não começou a falar. Foi um falatório só, de como eles nos tratam (mal, é verdade, pelo menos nos órgãos públicos), do pouco caso e tal. Pelo menos ajudou o tempo a passar mais rápido.

sábado, dezembro 16, 2006

Compras de Natal

Hoje fui ao centro fazer umas comprinhas para o Natal. Tinha muita gente nas ruas e nas lojas. Mais um pouco alcança a 25 de março. Os jornais aqui da Espanha publicaram uma pesquisa dizendo que os espanhóis devem gastar, cada um, 904 euros com as festividades de fim de ano – Natal e Ano Novo. Os gastos incluem presentes, comida e entretenimento, mas mesmo assim é muita coisa, não? Bom pra eles!

Para quem quiser ler a notícia, está aqui.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Aiiiiiiiiiiii

O dia no trabalho foi difícil. Logo que cheguei, meu chefe já me pediu para traduzir um release que estava em inglês para o castelhano e colocá-lo no formato que costumamos usar na agência. Aiiiiiiiiiiiiiii. Bom, com a ajuda do Babylon (eu adoro ele), do Michaelis e do dicionário da Real Academia Espanhola, consegui. Mas deixei umas partes que estavam cheias de termos técnicos sublinhadas para ele revisar. O release era sobre a avaliação de uma corretora de seguros inglesa em áreas como capacidade financeira e captação de crédito, um assunto nada interessante. Passei pra ele, morrendo de medo de ter feito cagada. Mas ele me disse que estava bom. E, realmente, mudou pouquíssimas coisas. Ufa!

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Exercício

Ainda na aula, aprendi a colocar um vídeo do You Tube no blog. Escolhi um de uma propaganda de carro que vi aqui na Espanha e que é ótimo. Pelo menos eu achei. Se quiserem ver, está aí abaixo.

Na aula

O módulo que estamos tendo agora é de informática, ou seja, aprender alguns programas de diagramação, como o InDesign, além de discutir o papel dos blogs no jornalismo. E, nesse exato momento, estou numa aula em que temos que aprender a criar um blog. Como já tenho o meu, estou aqui, fazendo um post sobre isso.

Paris, Paris

Semana passada tivemos um feriadão aqui na Espanha. Quarta, dia 6, foi feriado da Constituição e sexta, dia 8, feriado da Inmaculada (religioso). Um puente, como eles dizem aqui. Por isso, não tivemos aula e fomos para Paris. Eu fui na sexta de manhã. O vôo era muito cedo: 5h45, por isso cheguei no aeroporto às 2h, último horário do metrô, e fiquei ali esperando. Mas foi tranqüilo. Um monte de gente faz isso e como eu tinha dormido à tarde, não fiquei caindo pelos cantos. Cheguei em Paris, ou melhor, em Beauveais, que fica a uns 80 quilômetros de Paris, às 8h (vôos baratos nos deixam longe). Aí peguei um ônibus que me deixou na frente de uma estação de metrô, já no centro de Paris. Encontrei um casal de brasileiros quando estava comprando o tíquete do ônibus. Realmente, tem muito brasileiro por aqui. Fomos batendo papo. Muito legais, os dois.

Bom, passei o dia todo sozinha em Paris, porque o Marcio só chegou à noite. Andei bastante pelo bairro em que estava o hostel que ficamos, mas estava chovendo e ventava muito (meu guarda-chuva quebrou com a ventania). Então pensei num lugar fechado que queria conhecer e fui para a Lafayette. É linda. O esquema de "distribuição" das lojas pelos corredores é muito legal. De babar mesmo. E ainda estava decorada para o Natal.

À noite, encontrei o Marcio. Nosso único jantar num restaurante (nos outros dias comemos no hostal, já que sai bem mais barato e tinha cozinha, com fogão, microondas, geladeira, panelas e etc) foi bem legal. Comemos uma Braserie (acho que era esse o nome), uns bifes bem fininhos de carne que chegam crus e nós grelhamos na mesa mesmo e comemos com vários molhos. Uma versão do fondue, parece. E, de sobremesa, um mousse francês. Estava uma delícia! Tudo com um bom vinho nacional. hehe. Aliás, os vinhos nos supermercados de Paris são tão baratos quanto aqui na Espanha e muito bons também.

Nos outros três dias passeamos muito. Andamos desde a hora que acordamos até a noite. Fomos na Torre Eiffel (que é realmente espetacular), no Arco do Triumfo (subimos lá à noite para ver a vista, mesmo com muito frio), no Louvre (vimos a Monalisa!), no Rio Sena, no Trocadero, no Quartier Latin, na Notre Damme, na Sacre Coeur... nossa, foram muitos lugares. A Notre Damme é gigantesca, mas virou um mega comércio (acho que há tempos, na verdade). Quando você entra, tem até guia eletrônico em vários idiomas que contam a história da igreja, como existe nos museus. O preço: 5 euros. Fora que tem máquinas que vendem aquelas medalhas de santos. Muito comércio.

Bom, resumindo tudo, a viagem valeu muito a pena. Além de a cidade ser linda de morrer, acho que demos sorte. Sábado e domigo estava sol e na segunda só choveu pela manhã. O hostal que ficamos era limpo (duas pessoas já tinham me dito que os hotéis franceses costumam ser meio sujos), o quarto era grandinho e bem ventilado, com duas janelas grandes, e não encontramos nenhum francês mal-educado no caminho (coisa que todo mundo comenta, também). As pessoas que nos atendiam nas lojas eram muito educadas (nem se compara com os atendentes espanhóis) e mesmo na rua, quando precisei pedir informação, foram muito gentis (em inglês ou espanhol ou com gestos. hehe). Perguntei para uma moça onde tinha uma estação de metrô e ela me levou até a rua do metrô, porque só falava francês e eu não entendia nada.

Além de tudo isso, eu estava com a melhor companhia do mundo. Os "ares" de Paris são mesmo muito românticos. Estou muito, completamente, apaixonada.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Bancos espanhóis

Os bancos espanhóis merecem um post só para eles. É incrível como adoram atrapalhar a vida das pessoas. Começa pelo horário: das 8h às 13h30. Não que seja um horário ruim, mas é muito diferente do horário de tudo aqui. Nada abre tão cedo! Mas eles têm um crédito: abrem aos sábados.

Bom, mas eles começam a complicar a vida das pessoas quando não têm regras definidas para as coisas. Só algumas agências trocam travelers checks. Normal. Só que cada atendente inventa o valor máximo que se pode trocar num único dia. Um diz 500, outro diz 1.500, outro troca 1.800. Ou seja, você tem que dar sorte e torcer para a pessoinha do outro lado do balcão estar de bom humor. O Marcio que o diga...


Além disso, as pessoas que trabalham no banco não estão informadas de nada. Mal sabem fazer depósitos e pagamentos de contas. Fui fazer um depósito (do meu cheque-salário) na minha conta no Santander e falei pra mocinha: “quero depositar esse dinheiro e já sacar, posso?” Ela ainda confirmou: “então você quer depositar e já sacar?”. Eu: “sim, porque quero sacar 150 e na minha conta só tem 100”. Beleza. A mocinha deposita o cheque e aí me diz: “aí, não consigo sacar, porque demora três dias para estar disponível”. Eu, com a maior calma do mundo disse: “bom, então você desfaz o depósito que eu vou no banco emitente do cheque para pegar o dinheiro”. Bom, aí foi uma enrolação. Ia dar um mega trabalho, chamou até o gerente (o que acontece várias vezes), e eu estava com pressa. Por isso, dei uma solução: “vocês trocam travelers checks nessa agência?”, porque assim eu não precisaria sacar aquele dinheiro, era só trocar os travelers. Mas a maleta não entendia o que eu queria dizer. Aliás, os espanhóis, de um modo geral, têm um sério problema com a pronúncia do inglês e só entendem se você pronuncia do jeito deles. Longe de mim querer dizer que meu inglês é bom, mas traveler check acho que sei falar. Repeti três vezes e ainda falei “cheques de viaje”, que é como imagino que seja em espanhol essa tranqueira. Bom, ela não sabia me dizer, chamou o gerente de novo e nem ele sabia. Disse que tinha que esperar o cara desse setor voltar para confirmar. Eu desisti de ficar ali. Deixei meu telefone e mais tarde ele me ligou dizendo que troca os travelers. Aí, me perguntou em que moeda estão os travalers. Eu disse, “em euros”. Ele: “ai, não estão em dólar? (pausa) Ah, tudo bem, vem que a gente troca”. A moeda da Espanha é o Euro ou não, afinal? Santo Deus! Na quinta-feira vou lá, já que amanhã é feriado. Vamos ver se vai funcionar.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Primeiros...

Semana retrasada tive minha primeira prova na faculdade. Foi um teste, com alternativas, cheio de pegadinhas. Fiquei tensa. Achei que poderia ter ido mal, porque afinal, apesar de estar me virando bem com o idioma, espanhol é uma língua estrangeira e todas as alternativas pareciam muito iguais, mudava um verbo aqui, um adjetivo ali e só. Mas semana passada recebi o resultado. Um alívio. Tirei 8! E na parte prática, a elaboração de uma notícia, que foi em dupla, tiramos 9. Ufa! Hoje, segunda-feira, já tem outra prova. No mesmo estilo, pelo que entendi. É estranho. Acho que não é comum um curso de pós-graduação ter esse tipo de avaliação, mas o meu tem. A cada 15 dias, mais ou menos, terei uma prova. Parece que voltei aos tempos de colégio, porque nem na faculdade tive tanto exame. Quem fez faculdade de comunicação sabe bem o que digo.

Na semana passada, recebi também meu primeiro salário na Espanha. Uma merrequinha, já que só trabalhei meio mês, mas meu chefe foi muito bondoso e fez um arrendodamento pra cima, para não me pagar “quebrado”. Me pagou em cheque, tem meu nominho lá... agora só preciso depositar na conta universitária que abri no Santander. Acho que estou mesmo voltando no tempo: provas, estágios, conta universtária... O que a Espanha está fazendo comigo? Socorro!

Ah, só mais um registro. Semana passada foi minha primeira semana em Madrid em que não choveu nenhum dia. Ótemo!