sexta-feira, junho 29, 2007

Violência em toda parte

O que dá mais medo? Andar na rua pensando que um qualquer pode te apontar uma arma num assalto, ficar nervoso, disparar o revólver e te matar ou andar na rua pensando que um louco qualquer pode explodir uma bomba do seu lado? Não tenho a resposta pra isso, acho que as duas coisas apavoram. Hoje, apesar de o tal carro-bomba de Londres não ter passado de um susto, confesso que senti medo. Às 8h30 da manhã estava indo para a escola de metrô quando eles anunciaram que uma das estações mais movimentadas de Londres, a Picadilly Circus (ao lado da estação que eu estava), estava fechada por um incidente ocorrido na região. Confesso que na hora bateu um medinho. Eles nunca falam assim no metrô. Quando tem problema em alguma linha ou estação dizem que é por falha técnica ou algo parecido, por isso achei estranho. Sei lá, fiquei com medo, saí do metrô e decidi continuar a viagem de ônibus. Só quando cheguei na escola é que fiquei sabendo do tal carro-bomba (para quem não sabe da história, BBC informa. Clique aqui.) Não sei onde é melhor viver. A Europa tem inúmeras vantagens em relação ao Brasil, claro, é uma região desenvolvida, com menos pobreza, menos violência, mais acesso ao consumo e onde as coisas funcionam melhor, mas essa história de terrorismo é dureza. Falando com minha mãe hoje de manhã, chegamos à conclusão de que minha irmã escolheu o lugar mais calmo, ou um dos mais tranqüilos do mundo, para viver, o Canadá. A violência é pequena e nunca teve ameaça de terrorismo lá, pelo menos até onde eu sei. Se bem que outro dia um doido saiu atirando numa escola lá também. Alguém conhece um lugar sem nada de violência, please.

quarta-feira, junho 20, 2007

Coisas que só acontecem em Londres

Estava eu andando na rua outro dia, perto da Harrods, quando vi um mendigo sentado no chão pedindo esmola. Ele não estava efetivamente pedindo, estava sentado, vestindo alguma coisa parecida com uma roupa bem suja e velha e com um pote na frente dele para que as pessoas colocassem moedas. Ou seja, um mendigo. Mas, de repente, ele teve que interromper seu "trabalho" para atender o celular, que começou a tocar no seu bolso. Ele calmamente se levantou e foi para um bequinho, onde não havia tanto barulho, para conversar com mais tranqüilidade.

Fato 2: Eu estava dentro do ônibus, sentada lá no andar de cima, na Oxford Street, a rua mais famosa de Londres, quando surgiram algumas motos da polícia e interromperam o trânsito, bem na esquina com a Regent Street, um lugar bem movimentado. A interrupção era para que duas carruagens, decoradas com muito dourado e vermelho, passassem pelo cruzamento. Na rua comentava-se que ali dentro estaria a rainha. Bom, não posso afirmar que ela estava ali, porque ela não abriu a janela para acenar para os seus súditos, mas bem que a carruagem tinha pinta de real.

sexta-feira, junho 15, 2007

Jogos olímpicos


Esta semana li uma reportagem num jornal aqui de Londres assustadora. O texto dizia que crianças de 12 anos estão sendo forçadas a trabalhar 15 horas por dia na China - das 7h30 às 22h30 - para produzir os "souvenirs olímpicos". Entre os produtos estão malas, chapéus e artigos de papelaria, entre outras coisas, tudo para ser vendido na próxima Olimpíada, que será em Pequim no ano que vem. Enquanto as crianças ralam lá, em Londres, os envolvidos com a Olimpíada de 2012, que será celebrada na cidade, gastaram uma verdadeira fortuna na criação do logo da competição. Nada menos que um ano de trabalho e 400.000 libras (cerca de 1,5 milhão de reais) de investimento na elaboração do tal desenho. Aí em cima é possível ver o resultado final. Vale tanto dinheiro assim? Eu acho que não.

quarta-feira, junho 13, 2007

Trancada do lado de fora

O dia foi movimentado. Primeiro, conheci um brasileiro no ônibus, quando eu estava voltando pra casa. Ele me convidou pra comer pirão de galinha. Alguém já comeu isso? Ele disse que é muito bom, melhor que o de peixe, e que comprou farinha pra fazer. Depois que eu provar, digo se é bom. Depois, tudo quase normal: peguei as crianças na escola e fiz o jantar delas. Só que hoje elas tinham que ir numa inauguração num museu e eu acompanhei os dois até o centro, de metrô. Como saí de casa com eles e o pai deles, que nos deu carona até a estação, nem lembrei de pegar a chave de casa. Resultado: fiquei trancada do lado de fora. Cheguei em casa às 19h e não tinha ninguém. Falei com a Louise, a mãe das crianças, pelo telefone e ela me disse que só chegaria às 22h, mas que a vizinha da frente, Jackie, teria uma chave extra. Ótimo, pensei. Toquei a campainha da vizinha e nada, não tinha ninguém casa. Andrew estava incomunicável, fazendo um trabalho voluntário numa prisão. Não me restou muita opção, sentei na soleira e esperei sinal de vida. Deu 20h, a Dani me liga. Papo pra lá, papo pra cá, deu 21h. Desliguei o telefone porque a vizinha, Jackie, estava chegando em casa. Lá fui eu abordá-la, em inglês. Deus me ajude! Ela me entendeu, mas não tinha chave extra e insistiu para que eu ficasse na casa dela até alguém chegar - muito simpática a moça, mas atenção ao diálogo que se seguiu.

(Jackie) Você quer alguma coisa para comer ou beber? - depois de me pôr sentada na frente da TV.

(Eu) Não. Estou bem. Obrigada.

(Jackie) De onde você é?

(Eu) Do Brasil.

(Jackie) Então você fala espanhol.

(Eu) Falo - apenas confirmando, sem querer corrigi-la que no Brasil falamos português

(Marido da Jackie põe a cabeça na sala e fala) Português. Se fala português no Brasil.

(Eu, com sorriso sem graça, mas aliviada por alguém saber um pouco mais sobre a terrinha) É. Isso mesmo. Eu falo português e espanhol e um dia falarei um inglês decente.


Ela não foi a primeira pessoa que me disse isso. Muita gente acha que brasileiro fala espanhol. Na Espanha eles sabem que não falamos a mesma língua, claro, mas dizem que a gente fala brasileiro e não português. Todos, sem exceção, dizem isso. Deve ser alguma falha no ensino básico, sei lá.

Mas voltando ao tema central do post, fiquei na casa da Jackie vendo TV até 21h50, quando o Andrew chegou em casa com as crianças. 3 horas esperando. Que eu nunca mais esqueça a chave dentro de casa!

segunda-feira, junho 11, 2007

Um pouco de Barcelona em Londres

Sábado de manhã saí pra dar uma volta no centro e fazer umas comprinhas. Na volta, iria para a casa da Dani e da Fabi. Eu sabia que tinha que pegar o ônibus 14, que tinha que descer em algum lugar e pegar outro, mas não sabia onde nem qual seria o segundo ônibus. Pra minha sorte, sentaram três meninas à minha volta e começaram a falar catalão. Pronto, eu já tinha pra quem pedir informação, já que todo mundo que fala catalão também fala espanhol. Eu poderia perguntar em inglês, mas seria bem mais complexo e sabe como é a preguiça. Perguntei pra menina ao meu lado se ela conhecia o caminho do ônibus e se sabia onde eu deveria trocar de ônibus para ir a South Kensignton, onde mora a Dani. Ela sabia e foi super simpática, me dizendo como eu deveria fazer. E ainda perguntou: você é brasileira? Não é que a menina sabe falar português (do Brasil) muito bem, tem uma grande amiga em Floripa e passou 15 dias lá mês passado. Muita coincidência... ouvir catalão aqui já foi surpresa e a menina ainda conhecer o Brasil e falar português nem se fala. Ê mundo pequeno.

sexta-feira, junho 08, 2007

Ingleses x Espanhóis

Não estou aqui para julgar nenhuma cultura, quem sou eu, mas é impossível não comparar a completa ausência de pedidos de desculpas por parte dos espanhóis em algumas situações e o excesso de "sorry" dito pelos ingleses. Um dia, no metrô em Madri, uma moça estava agachada pegando uma sacola quando o trem começou a andar. Ela ia levar um baita tombo se não fosse a minha perna para ela agarrar. A menina cravou as unhas na minha perna e conseguiu não cair. Na hora que ela levantou nem olhou na minha cara, nem deu aquele sorrisinho sem graça de agradecimento e muito menos disse obrigada, afinal, eu não tinha mais do que a obrigação de estar com a perna ali, não? Outro dia, também em Madri, foi a vez de um cara me usar como "segura se não eu caio", só que dessa vez ele meteu a mão na minha barriga. E de novo nada... nenhum obrigado. Aqui em Londres é o oposto. Se uma pessoa apenas encosta em outra, já pede desculpa. Todas as frases têm please, sorry, excuse me... é incrível. Fui de um extremo ao outro. Não acho que os espanhóis agem desse jeito porque são mal educados, apenas são assim, é o jeito deles. Não acho que um jeito seja melhor que o outro, não quero julgar ninguém, isto é apenas uma observação de alguém que está no meio termo, nem pede desculpa sempre, mas também não ignora o favor ou a educação de alguém.

quarta-feira, junho 06, 2007

Pergunta aos internautas

Até onde sei, o portal Terra (www.terra.es ou www.terra.com.br, no Brasil) é espanhol. Então, por que se chama Terra e não Tierra?